No começo
do século XIX, a ação da Santa Aliança sobre os países se tornou
mais forte e intensa, muitas forças sociais de caráter
oposicionista começaram a ir a luta, tudo com base nos ideais do
liberalismo e do nacionalismo. De
maneira mais prática e direta o liberalismo político se
estabeleceu, no final do século XVIII, principalmente na França.
Suas convicções eram baseadas na necessidade de um regime
constitucional que desse maior segurança a liberdade de pensamento,
de imprensa e de maior participação política.
Junto com
o liberalismo, espalhava-se também o ideal nacionalista, que no
começo tinha uma ideia de que o Estado tinha de ser independente, ou
seja, livre de qualquer domínio ou interferência
estrangeira. Com o passar do tempo e dos fatos, a população
passou a valorizar e levar a sério os ideais nacionalistas. Como
consequência este ideal passa a tomar forma de um sentimento que
marcou profundamente as populações europeias. Isto fez com que as
pessoas começassem a querer lutar pela unificação de seus países,
para assim vê-los transformados em nações soberanas.
Claro que
nem todos se agradaram dessa nova situação. Afinal a classe
dominante viu seu poder ser ameaçado, pois a população passou a
acordar para a política de seu país. Com isso o temor real
era o risco de perder o controle político sobre aquela camada
social, que por tanto tempo se manteve sujeita a elite. A forte
atuação de movimentos nacionalistas resultou em revoltas internas
ocorridas com grande intensidade. Isto gerou em vários Estados
como a França, Alemanha e Itália, entre outros, um período de
conflitos armados.
A
Alemanha, em meados do século XIX, encontrava-se politicamente
dividida em vários reinos que faziam parte da chamada
Confederação Germânica. Nesta Confederação havia dois
estados que estavam em permanente disputa política pela conquista da
supremacia sobre todos os outros: Prússia e Áustria. Esta
forte disputa entre estes dois reinos fez com que o processo de
unificação alemã fosse palco de vários e intensos conflitos
armados por todo o território da Confederação. O reino da Prússia
tinha nas mãos um grande poder econômico, que obtido através da
industrialização. Na sociedade Prussiana predominava a
aristocracia, eles eram de ideais monarquistas e nacionalistas.
Sua
estratégia era baseada na força armada. Seu principal
representante foi Otto Von Bismarck. Esta conquista
pelo poder era tão importante, que Bismarck usou um
recurso muito sutil: implantou, na Confederação, uma imagem
bem negativa da Áustria, fato este que serviu para alimentar a raiva
dos ducados que pertenciam aquele país, isto serviu para iniciar a
Guerra Austro Prussiana ocorrida em 1866. Com
a Derrota, a Áustria foi excluída da Confederação Germânica e
perdeu seus territórios. Os estados, que haviam ficado
independentes, passaram a formar uma outra organização: a
Confederação da Alemanha do Norte. Mas nem todos
os estados fizeram parte dessa Confederação. Somente com a Guerra
Franco-Prussiana (França e Prússia) é que os estados
restantes aderiram a confederação. Como a França foi derrotada
seus territórios passaram a pertencer a Alemanha, que era governada
por Guilherme I (Imperador Germânico), este fato tornou completa a
unificação alemã.
No começo
do século XIX, a Itália era constituída apenas por 8 estados.
Estes estavam sob o controle direto ou indiretamente da Áustria. Em
meados do século XX, a mentalidade da população Italiana passa por
uma série de mudanças, isto devido as constantes lutas pela
emancipação dos Estados.
Economicamente,
a Itália do século XIX tinha sua base na agricultura e
em pequenas manufaturas, o que tornava difícil o investimento de
capital nas pequenas industrias. O mercado externo era de difícil
acesso, por causa das elevadas taxas alfandegárias, impostas pelos
países europeus dominantes. Para este mercado só foi possível o
acesso após a penetração dos Lombardo que entraram com o
comércio da seda indiana, japonesa e chinesa. Aos
poucos, os Lombardo passaram a ter dificuldades devido as barreiras
impostas pelos austríacos em suas transações comerciais. Isto
serviu de base para que houvesse maior interesse pela
unificação, pois com ela certamente viria o
progresso técnico, o desenvolvimento e a liberdade
econômica. esta situação favorecia os grandes comerciantes,
porque isto aumentariam seus lucros com o comercio de exportação.
Algo
influenciou a sociedade a aderir aos princípios do nacionalismo,
foram os livros e revistas, que propagaram estes ideais na mente da
população. Pois antes só a elite tinha acesso aos livros, mas
depois com o aumento da popularização dos livros e revistas, a
mente do povo passa a sofrer as influências culturais. Muitas das
ideias eram publicadas em livros e revistas, onde grupos de ativistas
republicanos mostravam os princípios do nacionalismo, facilitando
assim sua propagação ela Itália. O objetivo era resgatar o passado
nacional, coloca-lo em evidência ao maior número de pessoas, para
que estas passem a ter mais consciência de sua história.
Após
1848, muitas regiões da Península Itálica passaram por períodos
de revoltas. Todas elas tiveram relativo êxito, mas logo eram
restabelecidos as dependências em relação a Áustria. Na Sicília,
houve uma nova constituição, a luta contra o absolutismo que se
propagou pela península. Veneza e Gênova,
cidades que tinham interesse comercial na unificação italiana foram
as que deram o exemplo em revoltas contra o domínio austríaco, isto
serviu de influência em várias regiões inclusive em Piemonte
e na Sardenha, pois logo elas passaram aderir ao movimento de
insurreição. Mazzini aproveitou-se deste momento e proclamou a
Republica da Toscana, este evento atingiu a cidade de Roma, mas
lá ele encontrou a resistência do Papa Pio IX. A medida que
os fatos ocorriam o movimento de insurreição tomava formas novas e
diferentes. O radicalismo popular começou a assustar a burguesia
italiana, que resolveu “retirar seu apoio aos lideres populares”.
Internamente
a Itália começou a conviver com dois grupos diferentes e totalmente
opostos em seus objetivos, isto acabou por enfraquecer o movimento.
Assim, no ano de 1849,com esses problemas internos foi fácil para a
Áustria conseguir retomar suas antigas regiões. Além de Cavour,
outro grande líder da unificação italiana foi Giuseppe Garibaldi.
O movimento iniciou-se ao Sul da Itália, com o grupo de
Guerrilheiros chamados Camisas Vermelhas. Somente
após a guerra Austro-Prussiana (1866), em que a Áustria é
derrotada, que é que Veneza passou a ser incorporada ao território
da Itália. No conflito seguinte, entre a França e a Prússia, a
cidade de Roma passou para os domínios dos Savóia.
O Papa Pio IX negou-se a reconhecer a autoridade do monarca e não
aceitou as propostas de entendimento nem as garantias de
independência do poder clerical. Esse desentendimento ficou
conhecido como Questão Romana, que só conseguiu
ser resolvida em 1929, através do Tratado de Latrão. Os problemas
da Itália não foram totalmente resolvidos após a unificação. No
norte e no Sul ainda eram enorme as diferenças em suas
relações sociais, econômicas e até mesmo culturais. Uma região
passou a ser mais desenvolvida do que a outra.
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