As origens da civilização egípcia datam de 4.000 anos a.C. A população 
começou a se concentrar no vale do rio Nilo, formando as primeiras 
aldeias (nomos), que mais tarde evoluíram para prósperas cidades 
agrícolas e depois se uniram formando o Alto Egito (ao sul) e o Baixo 
Egito (ao norte). O Egito sempre dependeu do Nilo para sua formação e 
seu desenvolvimento. Seus habitantes travavam uma luta constante para 
controlar as inundações periódicas desse rio, graças ao qual obtinham 
também grandes colheitas. Por volta de 3200 a.C., o rei Menés (ou 
Narmer), do Alto Egito, conquistou as cidades do Baixo Egito, unificando
 todo o império. Floresceu então a cultura egípcia, que deixou como 
legado grandes invenções, como a moeda, o calendário agrícola, o arado, a
 escrita hieroglífica e a fabricação do papiro. Seu esplendor 
manifestou-se em gigantescos templos e pirâmides e revelou-se na 
filosofia, na arte e nas ciências.
O Rio Nilo
O Egito da Antigüidade dividia-se em duas terras: o Alto Egito, que 
corresponde ao sul do país, e Baixo Egito, a região do Delta do Nilo. Em
 cada porção o povo vivia de um modo distinto, até porque o clima entre 
norte e sul era diferente. Portanto, o tipo de produtos cultivados 
também diferia.
Ao logo da história egípcia, porém, o povo sempre falou a mesma língua, 
compar- tilhou uma mesma visão do mundo, uma mesma estrutura 
institucional, entre outras coisas. Eles cultivavam a idéia de 
superioridade perante outros povos e lutavam para manter seus costumes e
 valores.
A melhor explicação para a importância do rio Nilo para os egípcios está
 escrita no hino, desenvolvido por eles ainda na Antigüidade e também na
 célebre frase do filósofo e historiador grego Heródoto:
"Salve, ó Nilo! Ó tu que manifestaste sobre esta terra e vens em paz 
para dar vida ao Egito. Regas a terra em toda a parte, deus dos grãos, 
senhor dos peixes, criador do trigo, produtor da cevada... Ele traz as 
provisões deliciosas, cria todas as coisas boas, é o senhor das 
nutrições agradáveis e escolhidas. Ele produz a forragem para os 
animais, provê os sacrifícios para todos os deuses. Ele se apodera de 
dois países e os celeiros se enchem, os entrepostos regurgitam, os bens 
dos pobres se multiplicam; torna feliz cada um conforme seu desejo... 
Não se esculpem pedras nem estátuas em tua honra, nem se conhece o lugar
 onde ele está. Entretanto, governas como um rei cujos decretos estão 
estabelecidos pela terra inteira, por quem são bebidas as lágrimas de 
todos os olhos e que é pródigo de tuas bondades." 
"O Egito é uma dádiva do Nilo."
Em síntese, pode-se dizer que a vida só se tornou possível nas terras do
 Egito por causa do grande rio Nilo. Anualmente, de junho a novembro, 
chovia nas nascentes deste, o que provocava inundações e o aumento do 
nível da água. Neste período as cheias arrastavam tudo que estivesse às 
margens e, consequentemente, impedia a agricultura.
No entanto, quando as águas voltavam ao nível normal, uma grossa camada 
de limo fertilizante (húmus) era deixada sobre a terra, propiciando o 
cultivo de todos os tipos de cereais, frutas e outras culturas. Desse 
modo, povos que antes foram nômades logo se fixaram no vale do Nilo, 
originando a próspera civilização egípcia
O Templo
Era uma construção monumental destinada ao culto dos deuses. Ali também 
prestavam-se homenagens aos faraós, destacando seu poder sobrenatural. 
Seu intuito era impressionar o povo e, assim, dominá-lo. Com suas 
muralhas, o templo separava o mundo celestial do mundo terreno, 
convertendo o faraó em intermediário entre o povo e os deuses. No 
templo, os valores religiosos e os administrativos eram unidos. Com o 
tempo, os sacerdotes adquiriram um grande destaque econômico e político.
Elementos Arquitetônicos
Nos templos egípcios havia um esquema básico sempre repetido: uma 
avenida externa de esfinges conduzia à porta principal. Depois desta, 
havia um grande pátio que dava acesso à sala hipostila. Vinha, então, a 
sala dos sacerdotes. Atrás de um segundo pátio localizava-se o 
santuário, onde ficava a imagem da divindade. A essa sala só tinham 
acesso o faraó e o sumo sacerdote. Uma muralha rodeava todo o conjunto, 
isolando-o do exterior.
Atividades
No templo, o faraó e os sacerdotes rendiam culto aos deuses. Para cuidar
 dos deuses, os sacerdotes varriam e lavavam o santuário. A imagem da 
divindade era retirada e a ela se ofereciam comida e roupas; depois 
disso, era recolocada no lugar. Além disso, o templo era uma grande 
unidade econômica: controlava a atividade econômica da cidade, 
mobilizando grande número de funcionários e outros trabalhadores. Em seu
 interior, havia escolas, oficinas e armazéns.
A Mumificação
A preocupação com a vida após a morte constitui característica essencial
 da cultura egípcia antiga, e refletiu-se na adoção de práticas 
funerárias bastante incomuns, como a mumificação - tida como a garantia 
da existência eterna. Conforme demonstram claramente muitos registros, 
os antigos egípcios sabiam que o corpo físico jamais iria renascer. Mas 
as partes etéreas que formavam um ser humano, como o Ká - comumente 
traduzido por “espírito” - precisavam se identificar por completo com o 
corpo ao qual pertenciam. Logo, este deveria ser preservado. A 
destruição do corpo acarretava a destruição das partes espirituais e, 
consequentemente, a perda da vida eterna. O costume foi relacionado ao 
culto do deus Osíris, a divindade mais popular nos tempos faraônicos, 
senhor do além-túmulo. 
As múmias mais antigas datam do Período Pré-Dinastico, anterior a 3000 
a.C.: tratam-se na verdade de corpos preservados naturalmente na areia 
quente e seca do deserto onde eram sepultados. A idéia de se conservar 
os corpos dos mortos passou a fazer parte das crenças religiosas, e 
então, já nas primeiras dinastias (2920-2649 a.C.) buscava-se um método 
artificial de preservação, porém ainda ineficaz. No Antigo Reino 
(2649-2152 a.C.) e no Médio Reino (2040-1783 a.C.) aprimoraram-se as 
técnicas. O processo mais avançado, resultando em melhor preservação, 
foi atingido no final do Novo Reino (1550-1070 a.C.) e durante a 21ª 
dinastia (1070-945 a.C.; início do chamado Terceiro Período 
Intermediário). A partir daí as técnicas se tornaram cada vez mais 
obsoletas, e no século II d.C. - já no período romano - a mumificação, 
embora ainda praticada, estava longe de apresentar os resultados de 
outrora. Nesse tempo o costume já começava a ser abandonado dado ao 
alastramento do Cristianismo - religião com propostas totalmente 
diferentes em relação à vida após a morte. Inicialmente a preservação 
era realizada apenas nos corpos de membros da realeza e classes mais 
elevadas, mas com o transcorrer da história egípcia a prática tornou-se 
muito mais popularizada. De qualquer forma, o processo exigia certos 
recursos que o limitavam aos mais abastados.
Embora a prática da mumificação fosse amplamente difundida, os antigos 
egípcios não deixaram relatos concretos sobre ela. Não foi encontrado 
até hoje nenhum papiro que trouxesse orientações sobre as várias etapas 
do processo - para muitos egiptólogos é improvável que algum seja 
encontrado, ou que tenha sequer existido. Os registros iconográficos 
também pouco revelam: cenas em algumas tumbas tratam somente dos 
enfaixamentos finais do corpo, tema de que também trata um texto 
conhecido por “Ritual do Embalsamamento”. Isso leva a crer que os 
egípcios consideravam-na muito sagrada para ser documentada - seja em 
escritos ou em representações. O conhecimento do processo era passado em
 vias de tradição oral. Existe, porém, o relato de Heródoto, viajante 
grego que esteve no Egito no ano 450 a.C. e descreveu como era feita a 
mumificação no Livro II de sua obra História. Na verdade Heródoto 
relatou o que sacerdotes lhe informaram, não tendo efetivamente 
testemunhado o que escreveu. Embora a prática já estivesse em decadência
 naquela época e alguns detalhes apresentarem-se errôneos ou 
incompletos, sua descrição tem sido uma das maiores fontes para o estudo
 da mumificação egípcia antiga.
Podemos considerar os embalsamadores, ou mumificadores, como 
sacerdotes-médicos. Além de detentores de amplos conhecimentos de 
anatomia, executavam também as cerimônias ritualísticas que deveriam 
acompanhar o tratamento do corpo, garantindo-lhe uma proteção 
espiritual. Essas cerimônias aconteciam em cada estágio do processo de 
mumificação. O principal sacerdote que dirigia os trabalhos de 
mumificação era chamado de hery-seshta, “chefe dos segredos”, e 
representava Anúbis, o deus-chacal da mumificação. Poderia usar uma 
máscara na forma da cabeça do referido animal, para assim salientar sua 
identificação com a divindade. Não devemos esquecer que, segundo as 
lendas, Anúbis mumificara o corpo de Osíris, fazendo-o ressurgir da 
morte. Sendo assim, a pessoa que ficasse sobre “os cuidados das mãos de 
Anúbis” receberia os mesmos cuidados que teriam sido dispensados a 
Osíris - por extensão, garantiria sua ressurreição.
O primeiro estágio da mumificação era realizado no ibu-en-wab, “tenda da
 purificação”. Depois o corpo era levado ao wabet, “casa da 
purificação”, também chamado de per-nefer, “casa da regeneração” - um 
recinto cercado, dentro do qual erguia-se uma tenda ou barraca, onde o 
corpo era deitado num suporte de madeira. Tanto o ibu-en-wab quanto o 
wabet eram estruturas móveis, facilmente montadas e desmontadas, feitas 
de madeira. Em geral eram fixadas no lado oeste do Nilo, onde se 
situavam a maioria das necrópoles nos tempos faraônicos. Parte do 
trabalho era feito ao ar livre, dado aos odores provenientes dos corpos 
em tratamento.
Processo demorado, durando cerca de 2 meses e meio, a mumificação 
envolvia dois procedimentos básicos: 1°) evisceração, ou retirada de 
órgãos - cérebro pelas narinas, vísceras por um corte no abdômen; estas 
últimas eram em seguida depositadas em vasos, chamados pelos egiptólogos
 de canópicos, que ficavam sob a proteção de divindades especiais. 2°) 
desidratação, ou retirada da umidade do corpo - nesse sentido, cobriam o
 cadáver com natrão, um composto de sódio, por pelo menos 40 dias, ao 
final dos quais só restavam pele, ossos e carnes endurecidas. Seguia-se,
 durando cerca de 2 semanas, o enfaixamento com bandagens de linho, 
entre as quais depositavam-se jóias e amuletos de proteção. 
Interessante lembrar que a palavra múmia não é egípcia. Vem do persa ou 
árabe mummiah, que significa betume - substância a que se atribuíam 
poderes curativos. A aparência escura de certos corpos embalsamados do 
tempo dos faraós sugestionou aos árabes a errônea concepção de que os 
antigos egípcios usavam betume na preservação dos cadáveres. Sendo uma 
substância bastante procurada devido ao seu emprego medicinal, as múmias
 egípcias tornaram-se na Idade Média uma fonte segura de obtenção 
daquele produto, movimentando um precioso comércio, envolvendo 
Alexandria e o Cairo aos mercadores da Europa Ocidental que vinham em 
busca das famosas especiarias. Isso provocou incansáveis saques aos 
sepulcros dos tempos faraônicos. Corpos eram retirados das antigas 
tumbas e divididos em pequenos pedaços, embalados para a venda como 
medicamento. Seja como chá ou composta em pomada, acreditava-se na época
 que múmia curava uma infinidade de doenças! Em egípcio antigo, a 
palavra que designava um corpo preservado e envolvido em bandagens era 
wi. A mumificação era chamada de wet - enfaixar - ou então senefer - 
revigorar - termo esse que deixa claro um dos propósitos da prática. 
Apesar dessa preocupação evidente com a preservação dos corpos, os 
antigos egípcios, ao contrário do que comumente se pensa, jamais foram 
obcecados pela idéia da morte e do além-túmulo. Amavam a vida terrena 
acima de tudo, e achavam que nada valia em troca dela. A morte era vista
 como uma passagem para a outra vida, onde se levaria uma existência 
semelhante à da terra. Era para esta nova existência que deveria ser 
feita uma cuidadosa preparação - incluindo a mumificação - o que 
permitiria à alma um desfrute pleno e eterno da felicidade que lhe 
aguardava no além.
A Sociedade Egípcia
No Egito, a sociedade se dividia em algumas camadas, cada uma com suas 
funções bem definidas. Nessa sociedade, a mulher tinha grande prestígio e
 autoridade.
O Faraó
No topo da pirâmide vem o faraó, com poderes ilimitados. Isso porque ele
 era visto como pessoa sagrada, divina, e aceito como filho de deus ou 
como o próprio deus. É o que se chama de governo teocrático, isto é, 
governo em nome de deus. O faraó era um rei todo-poderoso, proprietário 
do país inteiro. Os campos, os desertos, as minas, os rios, os canais, 
os homens, as mulheres, o gado e todos os animais - tudo lhe pertencia. 
Ele era ao mesmo tempo rei, juiz, sacerdote, tesoureiro, general. Era 
ele que decidia e dirigia tudo, mas, não podendo estar em todos os 
lugares, distribuía encargos para centenas de funcionários que o 
auxiliavam na administração do Egito. A sagrada figura do faraó era 
elemento básico para a unidade de todo o Egito. O povo via no faraó a 
sua própria sobrevivência e a esperança de sua felicidade.
 
Os Sacerdotes
Os sacerdotes tinham enorme prestígio e poder, tanto espiritual como 
material, pois administravam as riquezas e os bens dos grandes e ricos 
templos. Eram também sábios do Egito, guardadores dos segredos das 
ciências e dos mistérios religiosos relacinados com seus inúmeros 
deuses.
A Nobreza
A nobreza era formada por parentes do faraó, altos funcionários e ricos senhos de terras
Os Escribas
Os escribas, provenientes das famílias ricas e poderosas, aprendiam a 
ler e a escrever e se dedicavam a registrar, documentar e contabilizar 
documentos e atividades da vida do Egito.
Os Artesãos e Comerciantes
Os artesãos trabalhavam especialmente para os reis, para a nobeza e para
 os templos. Faziam belas peças de adorno, utensílios, estatuetas, 
máscaras funerárias. Trabalhavam muito bem com madeira, cobre, bronze, 
ferro, ouro e marfim. Já os comerciantes se dedicavam ao comércio em 
nome dos reis e nobres ou em nome próprio, comprando, vendendo ou 
trocando produtos com outros povos, como cretenses, fenícios, povos da 
Somália, da Síria, da Núbia, etc. O comércio forçou a construção de 
grandes barcos cargueiros.
Os Camponeses
Os camponeses formavam a maior parte da população. Os trabalhos dos 
campos eram organizados e controlados pelos funcionários do faraó, pois 
todas as terras eram do governo. As cheias do Nilo, os trabalhos de 
irrigação, semeadura, colheita, armazenamento dos grãos obrigavam os 
camponeses a trabahos pesados e mal remunerados. O pagamento geralmente 
rea feito com uma pequena parte dos produtos colhidos e apenas o 
suficiente para sobreviverem. Viviam em cabanas humildes e vestiam-se de
 maneira muito simples. Os camponeses prestavam serviços também nas 
terras dos nobres e nos templos. O Egito era essencialmente agrícola, 
pois não sobrava terra e vegetação suficiente para criar muitos 
rebalhos. À custa da pobreza dos camponeses eram cultivados cevada, 
trigo, lentilhas, árvores frutíferas e videiras. Faziam pão, cerveja e 
vinho. O Nilo oferecia peixes em abundância.
Os Escravos
Os escravos eram, na maioria, capturados entre os vencidos nas guerras. 
Foram duramente forçados ao trabalho nas grandes construções, como as 
pirâmides, por exemplo.
Fonte: 
http://www.grupoescolar.com/pesquisa/o-egito-antigo.html