sexta-feira, 23 de março de 2012

Morreu hoje o mestre do humor, Chico Anysio

Faleceu hoje Chico Anysio, com 80 anos, após cerca de três meses de internação. Leia abaixo a notícia publicada na Revista Epoca:


"Chico Anysio morre no Rio aos 80 anos

Criador de mais de 200 personagens, o humorista Chico Anysio foi sucesso no rádio, na TV e no teatro




O humorista Chico Anysio morreu às 14h52 desta sexta-feira (23) no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, onde estava internado havia mais de três meses. De acordo com nota oficial enviada à imprensa pela assessoria do hospital, Chico "não resistiu a uma parada cardiorespiratória". Ainda segundo o hospital, "o falecimento ocorreu por conta de falência múltipla dos órgãos decorrente de choque séptico causado por infecção pulmonar".
Chico foi internado em 22 de dezembro de 2011 com um quadro de hemorragia digestiva. Após alguns dias internado, Chico apresentou, também, um quadro de pneumonia e passou a respirar com a ajuda de aparelhos durante quase todo o período que esteve internado. 
No início de janeiro, Chico teve uma leve melhora na infecção pulmonar e os médicos iniciaram o processo de retirada do respirador. No dia 14 de janeiro, seu estado piorou e Chico foi submetido a uma laparotomia exploradora (cirurgia abdominal para determinar os motivos do sangramento no intestino, retirando um segmento do intestino delgado que tinha sofrido uma perfuração por isquemia intestinal). No mesmo período, ele desenvolveu insuficiência renal passando a receber sessões de hemodiálise. Em fevereiro, Chico apresentava discreta melhora no quadro clínico e as sessões de hemodiálise foram suspensas, assim como a redução dos medicamentos para controlar a pressão arterial.
Chico estava lúcido, permanecia algumas horas do dia sem ajuda do suporte mecânico para respirar e passava diariamente por sessões de fisioterapia respiratória e motora. No fim do mês, Chico foi diagnosticado com um novo quadro de pneumonia, passou a fazer uso de antibióticos e voltou a respirar com ajuda de aparelhos. Ele permaneceu com o mesmo quadro clínico até meados de março. No dia 21, Chico teve queda da pressão arterial e falência dos rins. Voltou a respirar com ajuda de aparelhos durante todo o dia e foi submetido a sessões de hemodiálise. Nesta sexta-feira (23), sofreu uma parada cardiorespiratória e morreu.
De acordo com o advogado da família de Chico, o velório do humorista acontece neste sábado (24) no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com início às 8 horas da manhã para familiares a amigos. A população poderá se despedir do humorita à partir do meio-dia. O corpo de Chico Anysio será cremado no domingo (25) no Cemitério do Caju, na zona portuária do Rio de Janeiro.
O governo do Rio decretou luto oficial de três dias. O Estado do Ceará, onde o humorista nasceu, também decretou luto oficial.
 
A história de Chico 
Nascido em Maranguape, no Ceará, em 12 de abril de 1931, Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho chegou ao Rio de Janeiro aos sete anos de idade. Chegou a estudar advocacia, mas foi no rádio que encontrou sua verdadeira vocação. Antes de completar 18 anos de idade, já participava de programas de calouros e chamava atenção pela facilidade que tinha para criar diferentes vozes e personagens.
Seu primeiro trabalho profissional foi na Rádio Guanabara, uma das mais famosas do Rio de Janeiro à época. Na emissora, atuava como locutor, ator, comentarista esportivo e autor de programas. O sucesso fez com que ele se transferisse para a Rádio Mayrink Veiga, onde chegou a escrever 13 diferentes programas por semana.
Depois de passar por diversas emissoras de rádio na década de 40, Chico foi parar na televisão, que chegava ao país em setembro de 1950. Além de atuar e escrever para a TV, Chico passou a escrever para o cinema brasileiro, que, na época, concentrava sua produção em um gênero bem particular: a chanchada.
Depois de passagens pelas TVs Tupi, Excelsior e Record, Chico, no começo de década de 70, estreou seu primeiro programa na TV Globo – na qual permaneceu até agora. Era o Chico Anysio Especial, gravado apenas em locações externas. Em 1973, lançou um dos seus formatos mais consagrados, o Chico City, programa humorístico que se passava em uma pequena cidade do interior por onde passavam os mais variados tipos criados por ele e que são conhecidos até hoje, como o pai-de-santo Veio Zuza, o coronel Pantaleão, o ranzinza Popó e o ator Alberto Roberto.
Sempre preocupado em criar novos quadros e personagens, seu programa, ao longo dos anos, foi se modificando. Em 1981, o Chico City deu lugar ao Chico Total. Depois veio o Chico Anysio Show, que ficou no ar até 1990.

 Bento Carneiro, personagem de Chico Anysio (Foto: TV Globo / Thiago Prado Neris)

O programa de esquetes foi substituído pela A Escolinha do Professor Raimundo, que foi um grande sucesso. O professor Raimundo Nonato – na verdade, um personagem criado por Chico na década de 50 – comandava uma hilária turma de alunos. O programa ficou no ar até 1997. No final dos anos 90, Chico, pela primeira vez, ficou sem um programa fixo na TV Globo, passando a fazer apenas participações em programas e novelas da emissora.
Outra paixão de Chico era a música. Na década de 70, lançou dois discos com o amigo e parceiro profissional Arnaud Rodrigues. Os dois encarnavam os personagens Baiano e Paulino, ou Caetano e os Novos Baianos, uma homenagem a Caetano Veloso e Gilberto Gil. A composição mais famosa de Chico é o forró A fia de Chico Brito, que foi gravada por duas grandes cantoras brasileiras: Dolores Duran e Elis Regina.
Em 2010, publicou o livro de contos Fazedores de histórias, o 22º de sua carreira. Em entrevista a ÉPOCA, o humorista afirmou que o brasileiro não tem o hábito da leitura. “O brasileiro não lê, e isso atrapalha muito na hora de lançar livros. Este não é o país das livrarias, é o país das farmácias”, disse.
Chico foi casado por diversas vezes. É pai do ator Lug de Paula, do casamento com a atriz Nanci Wanderley, Nizo Neto e Ricardo, da união como Rose Rondelli, André Lucas, que é filho adotivo, Cícero, da união com ex-frenética Regina Chaves e Bruno Mazzeo, do casamento com a atriz Alcione Mazzeo. Seu casamento mais comentado foi com a ex-ministra do governo Collor Zélia Cardoso de Mello, com que teve dois filhos, Rodrigo e Vitória. Atualmente era casado com a empresária Malga Di Paula."

Fonte: http://revistaepoca.globo.com/cultura/noticia/2012/03/morre-chico-anysio-aos-80-anos.html

segunda-feira, 12 de março de 2012

8º Ano - Texto de apoio - O Iluminismo

Na aula de hoje iniciamos o conteúdo que trata do Iluminismo, um movimento humansta, cultural e intelectual que teve início na França durante o século XVIII e se espalhou rapidamente por todo o mundo, alimentando ideais de difusão do conhecimento, entre outros.
Apresentamos abaixo artigo do Prof. Rainer Souza o portal Mundo Educação.



"No século XVIII, uma nova corrente de pensamento começou a tomar conta da Europa defendendo novas formas de conceber o mundo, a sociedade e as instituições. O chamado movimento iluminista aparece nesse período como um desdobramento de concepções desenvolvidas desde o período renascentista, quando os princípios de individualidade e razão ganharam espaço nos séculos iniciais da Idade Moderna.

No século XVII o francês René Descartes concebeu um modelo de verdade incontestável. Segundo este autor, a verdade poderia ser alcançada através de duas habilidades inerentes ao homem: duvidar e refletir. Nesse mesmo período surgiram proeminentes estudos no campo das ciências da natureza que também irão influenciar profundamente o pensamento iluminista.

Entre outros estudos destacamos a obra do inglês Isaac Newton. Por meio de seus experimentos e observações, Newton conseguiu elaborar uma série de leis naturais que regiam o mundo material. Tais descobertas acabaram colocando à mostra um tipo de explicação aos fenômenos naturais independente das concepções de fundo religioso. Dessa maneira, a dúvida, o experimento e a observação seriam instrumentos do intelecto capazes de decifrar as “normas” que organizam o mundo.

Tal maneira de relacionar-se com o mundo, não só contribuiu para o desenvolvimento dos saberes no campo da Física, da Matemática, da Biologia e da Química. O método utilizado inicialmente por Newton acabou influenciando outros pensadores que também acreditavam que, por meio da razão, poderiam estabelecer as leis que naturalmente regiam as relações sociais, a História, a Política e a Economia.

Um dos primeiros pensadores influenciados por esse conjunto de idéias foi o britânico John Locke. Segundo a sua obra Segundo Tratado sobre o Governo Civil, o homem teria alguns direitos naturais como a vida, a liberdade e a propriedade. No entanto, os interesses de um indivíduo perante o seu próximo poderiam acabar ameaçando a garantia de tais direitos. Foi a partir de então que o Estado surgiria como uma instituição social coletivamente aceita na garantia de tais direitos.

Essa concepção lançada por Locke incitou uma dura crítica aos governos de sua época, pautados pelos chamados princípios absolutistas. No absolutismo a autoridade máxima do rei contava com poderes ilimitados para conduzir os destinos de uma determinada nação. O poder político concentrado nas mãos da autoridade real seria legitimado por uma justificativa religiosa onde o monarca seria visto como um representante divino. Entretanto, para os iluministas a fé não poderia interferir ou legitimar os governos.

No ano de 1748, a obra “Do espírito das leis”, o filósofo Montesquieu defende um governo onde os poderes fossem divididos. O equilíbrio entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário poderia conceber um Estado onde as leis não seriam desrespeitadas em favor de um único grupo. A independência desses poderes era contrária a do governo absolutista, onde o rei tinha completa liberdade de interferir, criar e descumprir as leis.

Essa supremacia do poder real foi fortemente atacada pelo francês Voltaire (1694 – 1778). Segundo esse pensador, a interferência religiosa nos assuntos políticos estabelecia a criação de governos injustos e legitimadores do interesse de uma parcela restrita da sociedade. Sem defender o radical fim das monarquias de sua época, acreditava que os governos deveriam se inspirar pela razão tomando um tom mais racional e progressista.

Um outro importante pensador do movimento iluminista foi Jean-Jaques Rousseau, que criticava a civilização ao apontar que ela expropria a bondade inerente ao homem. Para ele, a simplicidade e a comunhão entre os homens deveriam ser valorizadas como itens essenciais na construção de uma sociedade mais justa. Entretanto, esse modelo de vida ideal só poderia ser alcançado quando a propriedade privada fosse sistematicamente combatida.

Esses primeiros pensadores causaram grande impacto na Europa de seu tempo. No entanto, é de suma importância destacar como a ação difusora dos filósofos Diderot e D’Alembert foi fundamental para que os valores iluministas ganhassem tamanha popularidade. Em esforço conjunto, e contando com a participação de outros iluministas, esse dois pensadores criaram uma extensa compilação de textos da época reunidos na obra “Enciclopédia”.

A difusão do iluminismo acabou abrindo portas para novas interpretações da economia e do governo. A fisiocracia defendia que as produções das riquezas dependiam fundamentalmente da terra. As demais atividades econômicas era apenas um simples desdobramento da riqueza produzida em terra. Além disso, a economia não poderia sofrer a intervenção do Estado, pois teria formas naturais de se organizar e equilibrar.

Ao mesmo tempo, o iluminismo influenciou as monarquias nacionais que viam com bons olhos os princípios racionalistas defendidos pelo iluminismo. Essa adoção dos princípios iluministas por parte das monarquias empreendeu uma modernização do aparelho administrativo com o objetivo de atender os interesses dos nobres e da burguesia nacional."



Link para o texto original:

9º Ano - texto de apoio - A Doutrina Monroe



Hoje trabalhamos o colonialismo praticado pelos EUA em países principalmene da América do Sul e Central. Esse fato se baseou em especial na Doutrina Monroe "a América para os americanos", ou em uma interpretação mais literal, "a América para os NORTE-americanos.."
Sobre esse assunto, apresento abaixo um arigo do Prof. Rainer Souza, do portal Brasil Escola:


"Tempos antes das tensões políticas que culminaram em uma guerra civil, os Estados Unidos viveram um momento de importantes definições. Entre elas, dá-se fundamental destaque à posição política do governo norte-americano em relação às demais nações do mundo. Foi quando, em 1823, o presidente James Monroe realizou um discurso oficial ao senado estadunidense que ficou conhecido como definidor das ações dos EUA frente os países latino-americanos e as antigas metrópoles coloniais.

A chamada Doutrina Monroe, sob seu aspecto formal, pretendia postar a posição dos EUA enquanto liderança continental capaz de garantir a soberania das nações latino-americanas frente às potências européias. Entre outros princípios, essa doutrina defendia que nenhuma nação americana poderia ser recolonizada. Além disso, pautava a autonomia econômica dessas mesmas nações, assinalando que a Europa não poderia interferir nos negócios estabelecidos pelas nações da América.

Entretanto, esse princípio de autonomia e soberania política continental era contrário à necessidade que alguns líderes viam em ampliar as áreas de influência econômica dos EUA. Dessa forma, a postura de liderança acabou sendo reinterpretada como um meio pelo qual os Estados Unidos poderiam apoiar as nações latino-americanas com o claro interesse de fixar seus interesses econômicos.

Um dos primeiros episódios que indicaram essa prática política aconteceu quando os EUA declararam guerra à Espanha alegando ser contrários à colonização de Cuba e Porto Rico. Em fevereiro de 1898, uma embarcação norte-americana explodiu no porto de Havana, capital de Cuba. A imprensa dos EUA logo se mobilizou em torno de uma campanha que atribuiu o fato às autoridades espanholas. Valendo-se de tais suspeitas, os EUA enviaram tropas militares para uma guerra que se deflagrou entre 1899 e 1901.

Além de garantir a independência de Cuba, a vitória estadunidense sobre os espanhóis ainda rendeu a conquista sobre as Filipinas, a ilha de Guam, e da região de porto Rico. A recém-independente nação cubana ainda teve que aceitar a incisão de um artigo em sua constituição conhecido como Emenda Platt. Nela, os EUA teriam o direito de preservar uma base militar na região de Guantânamo e o direito de intervir nos assuntos políticos cubanos.

Ao longo do século XX, o nada coerente princípio de autonomia da Doutrina Monroe fora manchado com mais uma ação imperiosa dos EUA. Em 1903, os EUA ajudaram militarmente o Panamá a conquistar sua independência em relação à Colômbia. Em troca, barganharam o direito de construir um canal que ligaria os oceanos Atlântico e Pacífico. O canal, que renderia grandes quantias por sua importância econômica e geográfica, ficou durante décadas sendo exclusivamente administrado pelos EUA.

Dessa maneira, o discurso de James Monroe (onde defendia a “América para os americanos”) parecia reafirmar uma perspectiva que olhava positivamente para a ação dos EUA. Ao longo do século XX, o intervencionismo ganhou novas interpretações como o Corolário Roosevelt ou o princípio de guerra preventiva, defendido por George W. Bush."
 

Link para o texto original:
http://www.brasilescola.com/historia-da-america/doutrinamonroe.htm